Em A Grande Porção de Lixo do Pacífico e outros contos, Vinícius Portella, autor das histórias de O inconsciente corporativo e outros contos, especula sobre o futuro enquanto dobra a aposta no “absurdo galopante e progressivo” destes tempos. Diante do agravamento da crise climática e seus efeitos sentidos na pele, e da inteligência artificial tomando espaços impensados e rumos perigosos, Portella lança mão de um inusitado e delicioso arsenal de filosofia, memes e teorias da conspiração para “emburacar” seus anti-heróis em narrativas espirais. Spoiler: não há saída. Mas há, sim, algum alívio. Se sobre robôs ainda não se sabe tudo, o homem, demasiadamente humano, é bem mais conhecido — e, aqui, bem mais risível.