Carla Madeira

E a vida, como metáfora de um rio, tudo traz, tudo leva, tudo lava. Menos o amor. O amor é uma verdade à prova do tempo.

Deguste.

Amo você tantos rios.

Um homem triste, pesado, que carregava com ele um tormento sem tamanho.

e o amor? O que é senão um monte de gostar?

Ele arrancou o menino dos braços dela e jogou longe, bateu em Dalva, bateu, bateu. Espancou.

Na hora mais triste das tardes, quando a saudade parece apertar o coração do mundo, Dalva voltava para casa.

Na hora mais triste das tardes, quando a saudade parece apertar o coração do mundo, Dalva voltava para casa.

Perder amores é escurecer por dentro, uma memória do corpo que o entardecer evoca quando tinge o céu de vermelho. Para quem está sozinho depois de ter amado, o fim do dia é muito triste. Era nessa hora que ela voltava.

Para as putas, basta a Deus um coração puro, outras partes podem ser lambuzadas. Para as beatas, qualquer lambança no corpo contamina o coração. Uma guerra santa e encorpada.

Tudo que era na rua faziam juntos: comprar, consertar, passear, e os afazeres em casa eram brincadeiras de amor. Tão bonito quanto insuportável. Uma antipática felicidade, desumana com a solidão alheia.